A Festa do Desterro: 346 anos de memória e devoção
Itambé desperta todos os anos para um tempo que não cabe no calendário, mas sim na alma de seu povo: a Festa do Desterro. São 346 anos de fé, tradição e encontros que atravessam gerações, mantendo viva a chama de uma devoção que se mistura à própria história da cidade.
Mais que um evento religioso, a Festa do Desterro é um fio invisível que costura passado, presente e futuro. Ela guarda a memória dos que vieram antes, que rezaram, cantaram e caminharam pelas mesmas ruas onde hoje ecoam os sinos da matriz. É um chamado à esperança, uma lembrança de que a fé pode ser a fortaleza de um povo que resiste, se reinventa e celebra sua identidade.
As ruas ganham cores, cheiros e sons que só se explicam na experiência de estar ali. O encontro das famílias, os abraços que se repetem ano após ano, a partilha da mesa e da fé criam uma atmosfera de pertencimento que ultrapassa o rito religioso: é a cidade se reconhecendo em sua própria essência.
Celebrar o Desterro é reafirmar que Itambé não esquece suas raízes. É honrar a espiritualidade que moldou seu povo e compreender que cada vela acesa, cada oração, cada gesto de devoção, é também um ato de preservação cultural.
Assim, a Festa do Desterro não é apenas tradição. É memória viva. É poesia que se renova a cada geração. É o coração de Itambé batendo em uníssono com a fé que atravessa o tempo.
Foto: Paróquia de Nossa Senhora do Desterro
Raphaela César.